O Verão da Brasa: Um Segredo de Adolescência com o Marlboro Red
Enquanto eu e Júlia dividimos a varanda, nossas fumaças de Marlboro Red subindo juntas pro céu, não consigo evitar pensar no passado — nos dias em que o tabaco forte ainda era um segredo novo, uma chama que eu mal sabia controlar. Eu tinha 16 anos, e aquele verão foi o primeiro em que o cigarro aceso virou mais que um experimento: virou parte de mim. A memória vem forte, como o cheiro de cigarro que ficava na minha pele, e eu volto pra um momento que nunca contei aqui.
O Esconderijo no Lago
Era julho, o calor fazia o asfalto derreter, e eu passava as tardes com um grupo de amigos num lago meio escondido, lá no fim da cidade. Minha mãe já sabia que eu fumava — ela mesma me ensinou a inalar a fumaça —, mas ninguém mais no rolê tinha ideia. Eu escondia o maço de Marlboro Red no fundo da mochila, junto com o isqueiro que vivia falhando, e esperava o momento certo. Um dia, o pessoal decidiu nadar, e eu fiquei pra trás, dizendo que ia “pegar sol”. Mentira. Peguei o maço, tirei um cigarro Marlboro, e me escondi atrás de umas pedras grandes, onde o cheiro não ia me entregar.
Acendi o Marlboro Red com o coração na boca, o isqueiro chiando na terceira tentativa, e a primeira tragada foi como um abraço quente — o tabaco forte descendo, a brasa brilhando contra o verde ao meu redor. Soprei a fumaça devagar, um fio longo que subiu e se misturou ao vapor que vinha do lago. O batom vermelho, que eu tinha começado a usar pra parecer mais velha, marcou o filtro, e eu sorri sozinha, sentindo o poder daquele segredo. Pra vocês que curtem o smoking fetish, imaginem a cena: eu, 16 anos, cabelo molhado do calor, a fumaça dançando no ar úmido, a brasa refletindo nos meus olhos.
O Quase Desastre
Eu tava na segunda tragada, perdida no ritual, quando ouvi passos na grama. Era o Rafa, um dos caras do grupo, que tinha voltado pra pegar a toalha. “Lívia, tu tá… fumando?” A voz dele saiu baixa, mais surpresa que acusação, e eu quase deixei o cigarro cair. Soprei a fumaça pro lado, tentando parecer calma, mas o coração tava disparado. “E daí?”, respondi, segurando o cigarro aceso como se fosse uma arma. Ele ficou me olhando, não o rosto, mas o jeito que a fumaça subia, o brilho da brasa, o filtro manchado de vermelho. “Nada, só… não sabia”, disse, e voltou pro lago sem dizer mais nada.
Fiquei ali, o Marlboro Red queima entre os dedos, e terminei ele com uma mistura de medo e adrenalina. O cheiro de cigarro ficou na pedra, na minha roupa, e eu sabia que o segredo não ia durar muito. Mas naquele momento, era só meu — o lago, a fumaça, o calor do verão me envolvendo como um véu cinza.
Uma Chama que Não Apaga
Aquele verão marcou minha história com o Marlboro Red. Voltei pro lago mais vezes, sempre com o maço escondido, e aos poucos o grupo foi descobrindo. Alguns zoavam, outros pediam pra experimentar, mas ninguém entendia o que eu sentia — o peso da brasa, o som do isqueiro, a dança da fumaça. Minha mãe ria quando eu contava essas histórias, soprando a fumaça dela na varanda. “Tu puxou a mim, menina”, dizia. E ela tava certa.
De volta ao presente, olho pra Júlia, que agora traga o Marlboro Red com a mesma fome que eu tinha aos 16. A fumaça sobe, e eu vejo aquele verão refletido no brilho da brasa dela. Pra vocês que sentem o tesão do smoking fetish, o passado é um filme que não acaba — o tabaco forte queima, a cinza cai, e a história continua.
Comentários
Postar um comentário