O Segredo na Fumaça: Quando Minha Amiga Me Viu com o Marlboro Red

 

O Segredo na Fumaça: Quando Minha Amiga Me Viu com o Marlboro Red



O dia tava pesado, o tipo que te faz contar as horas pra escapar. Eu tava no meu canto favorito — um beco atrás da lanchonete onde trabalho, o muro grafitado e o chão cheio de cinzas velhas. O Marlboro Red já tava entre os dedos, o maço amassado no bolso da jaqueta, e o isqueiro chiou antes de acender a chama. A primeira tragada foi um alívio — o tabaco forte queimando a garganta, a fumaça do cigarro subindo em véus lentos que dançavam contra o céu da tarde. O batom vermelho marcou o filtro, e eu soprei um anel perfeito, vendo ele flutuar antes de se desfazer. É nesses momentos que o mundo faz sentido.


O Ataque de Nicotina e o Ritual


Hoje cedo, o "ataque de nicotina" quase me derrubou de novo. Tava no caixa, servindo um cliente chato, e o desespero bateu — mãos tremendo, peito apertado, a cabeça gritando por uma tragada. O cheiro de cigarro que ainda grudava na minha roupa só piorava, como um lembrete cruel do maço que eu tinha deixado no armário. Quando o intervalo chegou, corri pro beco, acendi o Marlboro Red e inhalei a fumaça fundo, sentindo ela me preencher e acalmar o caos. Soltei a fumaça devagar, um fio grosso que subiu pelo ar, e a brasa brilhou laranja, refletindo nos meus anéis. Pra vocês que curtem o smoking fetish, essa é a cena: eu, encostada no muro, a fumaça me envolvendo como um véu cinza.


O Dia que Ela Descobriu


Eu tava perdida no ritual quando ouvi passos. Era a Bia, minha amiga da lanchonete, que sempre me zoa por chegar com o cabelo bagunçado. Ela parou na entrada do beco, os olhos arregalados, e eu congelei com o cigarro aceso na mão. “Lívia, tu fuma?” A voz dela saiu meio surpresa, meio curiosa, e eu não sabia se ria ou apagava o cigarro no chão. “Desde quando?”, ela perguntou, vindo mais perto. Soprei a fumaça pro lado, tentando disfarçar o nervosismo, e respondi: “Desde os 15. Minha mãe me ensinou.” A brasa piscou enquanto eu falava, e o cheiro de tabaco encheu o ar entre a gente.


Ela não julgou — Bia não é dessas. Ficou me olhando, quase hipnotizada, enquanto eu tragava de novo, soltando a fumaça num arco lento que pegou a luz do sol poente. “É bonito, sabe?”, ela disse, apontando pro jeito que a fumaça subia. “Parece um filme.” Ri, soprando um anel na direção dela, e ela tentou pegar ele com a mão, como se fosse sólido. “Você nunca falou nada”, ela continuou, e eu dei de ombros. “Não é pra todo mundo entender.” Mas ali, com ela assistindo a brasa queimar e o filtro manchado de vermelho, eu vi que ela tava começando a captar — não o vício, mas o charme do Marlboro Red.


A Fumaça Nos Liga


Depois disso, Bia não me cobra mais explicações, mas às vezes me pega olhando pro maço durante o expediente e ri. “Vai ter outro ataque de nicotina?”, ela brinca. Eu aceno com o isqueiro e saio pro beco, onde o tabaco forte me espera. Hoje, enquanto a fumaça sobe e a cinza cai no asfalto, penso nela me vendo pela primeira vez — o choque, o fascínio, o silêncio que disse tudo. Pra vocês que sentem o tesão da brasa, do som da tragada, ou do jeito que a fumaça desenha o ar, esse momento é um presente. O Marlboro Red queima, e eu sopro ele pro mundo — pro beco, pra Bia, pra vocês.

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