O Grito da Nicotina: Quando o Marlboro Red Me Salvou
O Grito da Nicotina: Quando o Marlboro Red Me Salvou
Tem dias que a cidade parece me engolir — o barulho dos carros, o calor grudando a blusa nas costas, o peso de um turno interminável na lanchonete onde eu trabalho. Hoje foi assim, e o Marlboro Red não tava no bolso da minha jaqueta como sempre. O maço acabou de manhã, e eu, burra, achei que aguentava até comprar outro. Erro meu. O "ataque de nicotina" bateu no meio da rua, um desespero que rói o peito, faz as mãos tremerem e a cabeça girar. Sem o cigarro aceso, eu sou só um fio solto, esperando a próxima chama.
O Desespero por Fumar Cigarro
Eu tava no ponto de ônibus, o sol queimando o asfalto, e o cheiro de tabaco que ainda pairava na minha jaqueta só piorava tudo. O corpo pedia, implorava, por uma tragada — aquela sensação quente da fumaça do cigarro descendo pela garganta, o alívio da brasa brilhando entre os dedos. Tentei me distrair, mexi no celular, mas nada acalmava. Era como se a nicotina gritasse dentro de mim, um vazio que só o Marlboro Red podia preencher. Olhei pros lados, quase pedindo um cigarro pra um estranho, mas meu orgulho não deixou.
Foi aí que vi a vendinha na esquina. Corri pra lá, o coração batendo rápido, e peguei um maço novo — vermelho, perfeito, meu salvador. Rasguei o plástico com os dentes, tirei um cigarro Marlboro, e o isqueiro, milagre, acendeu de primeira. A primeira tragada foi um soco de calma — inalei a fumaça fundo, o calor explodindo nos pulmões, e soltei ela devagar, um véu grosso que subiu contra o céu laranja. O batom vermelho marcou o filtro na hora, e eu quase ri de alívio. Pra vocês que curtem o smoking fetish, imaginem a cena: eu, encostada num muro, a fumaça dançando ao meu redor, a brasa piscando como um farol. O ataque passou, mas o momento ficou.
Uma Lembrança: O Primeiro Ataque
Não foi a primeira vez que a nicotina me pegou desprevenida. Aos 17, eu já sabia o que era fumar cigarro com gosto, mas não conhecia o desespero. Tava numa aula chata, o maço escondido na mochila, e o intervalo demorou uma eternidade. Meu pé batia no chão, os dedos coçavam, e eu só pensava na varanda da minha mãe, onde ela me ensinou a inalar a fumaça direito. Quando o sinal tocou, corri pro banheiro, tranquei a porta e acendi o Marlboro Red com as mãos tremendo. A fumaça encheu o cubículo, o espelho embaçou, e eu soprei um anel pro teto, sentindo o mundo voltar aos eixos. Minha mãe riria se soubesse — “Você é igual a mim, menina”, ela diria.
A Fumaça Me Traz de Volta
De volta ao presente, o tabaco forte do Marlboro me segura. O ataque de nicotina é cruel, mas o alívio é doce — cada tragada é uma promessa cumprida, um ritual que me devolve a mim mesma. Encostada no muro, sopro a fumaça pro alto, os anéis se desfazendo no ar, e o cheiro de cigarro fica na minha pele, no cabelo, como um troféu. Pra vocês que sentem o tesão da brasa, o som do isqueiro, ou o peso da fumaça no ar, esse desespero é nosso laço. O Marlboro Red queima, a cinza cai, e eu respiro de novo — inteira, viva, fumando.
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