O Primeiro Trago da Prima: Passando o Marlboro Red Adiante
O fim de semana tava calmo, o tipo de dia que pede um sofá, um café e o Marlboro Red pra fechar o ciclo. Eu tava na varanda do apê, o maço vermelho e branco na mesa, a brasa do meu cigarro aceso brilhando contra o fim de tarde. A fumaça subia em véus lentos, o tabaco forte enchendo o ar, e o batom vermelho já marcava o filtro — minha assinatura. Foi quando a campainha tocou. Era a Júlia, minha prima de 18 anos, cabelo curto e um jeito inquieto que eu conheço desde pequena. Ela entrou, jogou a mochila no chão e me viu com o cigarro Marlboro na mão. “Tu ainda fuma isso?”, perguntou, os olhos grudados na fumaça.
O Convite da Fumaça
“Quer tentar?”, eu disse, quase sem pensar, soprando um anel perfeito que flutuou na direção dela. Júlia riu, hesitou, mas sentou do meu lado na varanda. “Minha mãe ia me matar”, respondeu, mas o jeito que ela olhava pra brasa dizia outra coisa. Peguei o maço, tirei um Marlboro Red novinho e entreguei pra ela. “Então não conta pra tia”, falei, acendendo o isqueiro com aquele chiado que vocês, que curtem o smoking fetish, sabem que é música. A chama pegou, e ela levou o cigarro aos lábios, trêmula, como eu fiz aos 15. A primeira tragada foi um desastre — tossiu forte, a fumaça saiu desajeitada pelo nariz, e eu ri. “Calma, deixa eu te ensinar.”
Minha mãe me mostrou como inalar a fumaça anos atrás, e agora era minha vez. “Não puxa tudo de uma vez”, falei, tragando o meu pra demonstrar. “Deixa ela descer devagar, sente o calor antes de soltar.” A brasa do meu cigarro Marlboro brilhou enquanto eu soprava a fumaça pro lado, um fio grosso que cortou o ar. Júlia tentou de novo, os olhos lacrimejando, mas dessa vez a fumaça saiu mais macia, um sopro tímido que subiu pro céu. “Tá pegando o jeito”, eu disse, e ela sorriu, segurando o cigarro como se fosse um troféu.
O Ritual Compartilhado
Ficamos ali, as duas com nossos Marlboro Red, a varanda virando um palco de fumaça. Ela me olhou e perguntou: “Por que tu gosta tanto disso?” Traguei fundo, sentindo o tabaco forte me preencher, e respondi: “É mais que o gosto. É o jeito que a brasa pisca, a fumaça sobe, o som do isqueiro. Tem gente que acha isso bonito.” Ela soprou a fumaça pro alto, tentando imitar meus anéis, e riu quando falhou. “Bonito, sei lá, mas é forte”, disse, o filtro já manchado com o gloss dela — um toque que eu sei que o público do smoking fetish ia pirar.
Teve um momento que ela quase apagou o cigarro, o ataque de tosse voltando, mas eu segurei a mão dela. “Vai até o fim. É assim que tu aprende.” Ela insistiu, e aos poucos a fumaça saiu mais firme, o cheiro de cigarro se misturando ao vento. Minha mãe me ensinou na varanda dela, e agora eu passava o legado pra Júlia — não só o ato de fumar cigarro, mas o jeito de fazer dele algo nosso.
A Fumaça Nos Une
Quando o sol caiu, os dois cigarros já eram só cinzas na lata que eu uso como cinzeiro. “Não conta pra ninguém, tá?”, Júlia pediu, mas o brilho nos olhos dela dizia que ela ia querer mais. Eu acendi outro Marlboro Red, soprei a fumaça pro céu, e pensei na minha mãe rindo de mim aos 15. Pra vocês que sentem o tesão da brasa, do filtro manchado, ou da fumaça dançando no ar, esse dia foi um presente — eu e minha prima, o tabaco forte nos ligando, a varanda virando um santuário. O Marlboro Red queima, e eu passo ele adiante, como quem entrega um pedaço de si.
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